Minde uma localidade na zona centro de Portugal, com uma situação única no nosso pais.
Um vale com três nascentes que em Invernos de muita chuva consegue criar uma lagoa de uma dimensão considerável. Oportunidade que os amantes dos kayaks não desperdiçam, árvores, postes, silvas, arame farpado, nascentes onde se consegue uma pequena adrenalina, tudo faz parte desta maravilha da natureza.
As Águas Bravas fazem parte do treino e não podia passar ao lado desta fase da preparação.
Aproveito para agradecer o convite que me foi feito pelo pessoal da Kompanhia das Águas para descer o Percurso 2 do Alto Mondego, em Videmonte. Além de ter sido uma excelente oportunidade para experimentar esta modalidade, foi também um grande passeio num agradável dia de Inverno, e a animação uma constante.
As fotos não conseguem demonstrar a exigência e a dureza do percurso. Com muito caudal, o rio apresentou grandes desafios (e sem dúvida alguns perigos) que fazem desta experiência um acontecimento bastante intenso.
Os primeiros 8km do percurso têm rápidos classificados de I a III, e são bastante divertidos de se fazer, mesmo para alguém sem experiência em águas bravas. No entanto os últimos 2km são bem mais puxados. Disseram os entendidos que o rio atingiu uma classe IV ou mesmo IV+.
Nestas circunstâncias, um "viranço" acabou mesmo por representar o fim da descida. O kayak seguiu rio abaixo, tendo de ser resgatado por elementos do grupo (aos quais agradeço todo o esforço). Após umas largas dezenas de metros, levado pela corrente aos "trambolhões", as forças restaram apenas para sair do local a pé. Para recordação ficam as nódoas negras provocadas por um leito cheio de pedras e troncos, combinado com uma corrente a "alta velocidade". É sem dúvida uma lembrança de que a água é um elemento extremamente poderoso. É também definitivamente uma experiência a repetir.
O gosto pelas autonomias duras e com muita adrenalina, é o que melhor me
define e completa.
Contudo, ciente dos meus limites e não descurando a segurança, treino
diariamente para elevar a fasquia e findar com êxito os meus objectivos.
A Travessia a Portugal é o despoletar de um conjunto de projectos que me
proponho a realizar no futuro, sempre com a ambição pessoal de ultrapassar
as dificuldades e os receios que cada projecto encerra.
Defino-me como uma pessoa exigente para comigo, em permanente aprendizagem
no decorrer dos projectos, que penso levar a cabo como parte integrante dos
meus ideais de vida.